Clinica Medicina Dentaria Bruno Faro viseu

ou

Oclusão e D.T.M.

Quais a principais causas de Dor Orofacial?

Disfunções Temporomandibulares

A Articulação Temporomandibular comporta o disco articular, que acompanha a mandíbula quando a boca faz movimentos de abertura e fecho. Quando há algum desequilíbrio nesta região podem ocorrer as chamadas disfunções temporomandibulares, com espasmos musculares, deslocamentos do disco, estalidos e/ou crepitações, que podem levar a dores nas regiões da cabeça, ouvido, nuca, pescoço e ombros.

Cefaleias
São frequentemente bilaterais e simultâneas, muitas vezes associadas a stress. São provocadas por excesso de tensão muscular e, são sentidas sobretudo na zona das têmporas, zona lateral da face, ouvido e até na nuca. Por vezes são confundidas com enxaquecas, cujo tratamento difere.

Bruxismo
Corresponde ao acto de apertar ou ranger os dentes. Ocorre sobretudo durante o sono, mas também ocorre durante o dia. Pode levar a desgaste dentário, perda de gengiva, abfracções dentárias, dores articulares, cefaleias e, dor de ouvidos.

Dor Miofascial
São dores provocadas por má postura, lesões cervicais, localizadas fora da região da cabeça, que podem irradiar para regiões faciais, dentária. Podem também provocar cefaleias.

Stress
O stress pode provocar tensão muscular que, quando exagerada pode gerar dor.

Traumatismos
Macrotraumatismos (acidentes de viação, murros,etc.) e, microtraumatismos (maus contactos dentários, bruxismo,etc.), podem provocar estalidos articulares, fracturas e dor muscular.

 

Tratamento

Goteiras Oclusais
São dispositivos intra-orais removíveis que recobrem as superfícies dentárias. Alteram a oclusão do paciente, através de contactos dentários mais estáveis e um relacionamento maxilar mais favorável.

Têm como objectivo eliminar o desgaste dentário, dar mais estabilidade muscular, proteger dentes e articulação de cargas traumáticas adversas. Promovem alívio da dor muscular e articular e redução de ruídos articulares.

 

Equilíbrio oclusal
Quando a causa de dor orofacial está associada a má oclusão, pode ser necessário fazer um ajuste oclusas. Pode ser feito através de desgastes selectivos, ortodontia, ou reabilitações protéticas.

 

Viscosuplementação
Infiltração de Ácido Hialurónico na articulação temporomandibular. Usada para reduzir a inflamação, ruídos articulares e promover melhor mobilidade mandibular em casos de deslocamento do disco articular e atroses.

 

Fisioterapia
Técnicas de relaxamento muscular e/ou descompressão articular, promovidas por um fisioterapeuta especialista em terapia manual Crânio-cervico-facial.

 

                              Dr. Hugo Freitas

A Fisioterapia nas Disfunções da Articulaçã Temporomandibular (ATM)

O complexo temporomandibular é dos sistemas mais complexos do corpo humano. É constituído por 2 articulações, localizadas na frente do ouvido, entre o osso temporal e a mandíbula, que se movem em simultâneo para a realização de actividades como falar, mastigar, deglutir e bocejar. Este aspecto leva a que uma alteração numa das articulações possa gerar a longo prazo disfunção na outra. Dada a localização e funções da ATM, esta interfere e sofre interferência do crânio e da coluna cervical (complexo crânio-cérvico- mandibular).

A disfunção temporomandibular é definida como um conjunto de alterações que envolvem os músculos mastigatórios, a ATM e estruturas da região crânio-orofacial. Os distúrbios do sistema mastigatório são muito comuns, visto que 50% a 60% da população, principalmente do sexo feminino, entre os 20 e os 45 anos, apresentam algum tipo de sintoma.

Entre os 15 e 30 anos as causas mais frequentes são as de origem muscular e, a partir de 40 anos, de origem articular.

Os sintomas podem incluir: dor na região orofacial e ATM; dor ou fadiga dos músculos mastigatórios; dor de cabeça ou do ouvido; dor cervical, dorsal ou escapular; formação de pontos gatilhos miofasciais  (trigger points); dor, sensibilidade ou desgaste dentário; problemas na mobilidade da boca (ruídos, estalidos ou desvios na abertura ou fecho, bloqueio, dificuldade na mastigação, luxações); vertigens, zumbidos ou perda de audição.

A dor pode surgir de forma súbita ou progressiva, com flutuações na frequência e intensidade ao longo de meses ou anos, e leva o paciente a procurar algum tipo de tratamento.

A causa para a disfunção da ATM é multifactorial: traumatismo; hipomobilidade ou hipermobilidade da articulação; deslocamento do disco articular ou problemas intradiscais; alterações degenerativas; alterações posturais; problemas cervicais; stress emocional; bruxismo; alterações da oclusão dentária; perda de peças dentárias; desequilíbrio dos músculos mastigatórios; doenças sistémicas.

Apoiar a mandíbula sobre a mão, mastigar pastilhas, morder os lábios, onicofagia (hábito de roer unhas) e morder objetos são hábitos descritos como agravantes e redutores da coordenação muscular na ATM.

A Fisioterapia mostra-se eficaz no tratamento da disfunção da ATM. O tratamento do Fisioterapeuta dependerá do nível do comprometimento de cada utente e tem como objectivos: melhorar a função e minimizar a dor; aumentar a amplitude de movimento, melhorando a mobilidade e nutrição da cápsula; reduzir a inflamação; reeducar o posicionamento da mandíbula; promover a estabilidade articular e relaxamento muscular, reduzindo a carga na articulação; recuperar as propriedades dos músculos como força, trofismo e resistência à fadiga; melhorar a consciência e percepção corporal (postura).

 

Para que a abordagem seja eficaz, é necessário que se desenvolva uma boa avaliação clínica e funcional, utilizando o recurso mais adequado a cada caso, sempre promovendo a funcionalidade da articulação e o alívio dos sintomas.

A Fisioterapia utiliza técnicas tais como: terapia manual (técnicas de relaxamento miofascial, regularização da mobilidade craniana e sacro-craneana, inibição muscular crânio-cervical, harmonização da mobilidade das ATM e da coluna cervical), punção seca, reeducação postural e respiratória, exercícios terapêuticos (mobilização activa, propriocepção, fortalecimento da ATM, estabilização cervical). Laser, TENS e Ultra-som são modalidades que também podem ser utilizadas.

A terapia manual mostra-se eficaz, provocando redução da sensibilização dos mecanorreceptores, produzindo, a partir das fibras aferentes, um efeito inibitório da dor. A intervenção através de exercícios prioriza a musculatura mastigatória e da região cervical para melhoria da força e da mobilidade da ATM e cervical.

Devido à grande incidência de sinais e sintomas relacionados com a disfunção da ATM, o trabalho do Fisioterapeuta deve estar inserido num contexto multidisciplinar, juntamente com Medicina Dentária, Optometria, Otorrinolaringologia, Psicologia, Nutrição, facilitando, assim, o tratamento e melhorando a qualidade de vida do utente.

 

 

Ft. Micael Taipina

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